Vida com bicho
É acordar cedo e recolher cocô.
E aproveitar pra recolher panos de chão, catar pedaços das plantas e limpar qualquer coisa que tenha sido destruída durante a madrugada.
É nunca mais fazer cocô sozinho. Aprender a ignorar dois gatos brincando no banheiro enquanto um dorme dentro de sua cueca, no meio de suas pernas.
É encontrar fones de ouvido. Sem os fones de ouvido.
É dormir em uma única posição, com um medo terrível de se virar e esmagar o bichano que insiste e dormir com a cabeça apoiada em seu sovaco.
É sofrer pra explicar que quem deu aquele tweet maluco foi o gato que passou sobre o teclado.
É olhar pra qualquer janela da casa e ter SEMPRE um golden com cara de bobo olhando para você.
É abrir qualquer porta da casa e ter SEMPRE um golden com cara de bobo olhando pra você.
É acreditar em teleporte canino.
É ter um pequeno ser lhe perseguindo, miando sem parar, para que você abra a torneira.
É achar normal esse mesmo ser dar duas lambidas na água e ir embora.
É resistir a vontade de dar um sacode nesse mesmo gato quando ele pede água novamente 5 minutos depois.
É aprender a cozinhar com torcida.
É aprender a identificar gatos pelo miado. E o humor deles também.
É ter coração forte e não ter um troço ao ter sua canela caçada ao subir uma escada ou dobrar uma esquina.
É aprender a não ligar de achar pêlo na comida.
É saber que nunca mais usará roupas pretas.
É ser um consumidor fiel de rolinhos adesivos para limpeza de roupas.
É fingir que não vê um tapete peludo que vai entrando cada vez mais em casa cada vez que você olha pro outro lado.
É não dar mais bobeira com um espetinho na mão sob pena de ficar na vontade. E sem a mão.
É acordar de 5h da matina pra deixar o gato entrar em casa depois de uma noite de farra.
É também acordar de 5h da matina pra abrir a porta do quarto afinal o gato decidiu que cansou de ficar dormindo em seu quarto.
É não ehasnajkm ajs kajshkjasnkajsnkas
Texto por Eden Wiedemann.
obs: O cão da capa é dele.